acolhe saúde

Familiares das vítimas da Kiss reclamam da falta de atendimento

Thays Ceretta

Foto: João Alves (Prefeitura de Santa Maria)
O atendimento psicossocial existe desde 2013 e funciona na Rua Tuiuti

Familiares das vítimas do incêndio na Boate Kiss estão tendo dificuldades para marcar atendimento no Acolhe Saúde, serviço que foi criado há 5 anos para dar suporte psicossocial para quem esteve direta ou indiretamente ligado à tragédia. Desde a data, mais de 5 mil pessoas foram atendidas no imóvel alugado pela prefeitura. No final de fevereiro, o convênio entre Estado, prefeitura, Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e Ministério da Saúde terminou, porém conforme o Diário adiantou, a intenção é que todos os serviços continuem sendo realizados na cidade.  

Há cerca de 30 dias, Ildo Toniolo está há cerca de 30 dias esperando para mostrar os exames para o médico e há 10, sem o medicamento antidepressivo.

_ Não estou conseguindo agendar consulta, estou com vários exames em casa e sem meu remédio. Fui lá no Acolhe Saúde na segunda e terça-feira, e estava tudo fechado. Inclusive, os vizinhos dizem que faz dias que não aparecem. Eu acho que não está tendo atendimento desde que o convênio terminou _ contou Ildo.

Marise Dias de Oliveira, 54 anos, também enfrentou esse problema. Na semana passada, ela ligou para o serviço para marcar uma consulta porque o medicamento está terminando, mas não conseguiu.

_ Quando liguei, me falaram que a psiquiatra só estava atendendo nas terças, mas que, nesta semana, ela não iria atender. Não me falaram o motivo, os outros pacientes foram desmarcados. Eu fui conversar com a coordenadora, e ela disse que vai resolver meu problema. Até que eu consiga a consulta para pegar a receita do remédio, eu dividi o que ainda tenho_ disse Marise.

App permite que amigos e familiares peçam doações de sangue para quem precisa

A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) recebeu a reclamação de quatro familiares. Segundo o presidente, Sérgio Silva, o grupo espera que os serviços não parem, conforme garantiu o prefeito Jorge Pozzobom.

_ A gente está acompanhando toda a transição do Acolhe Saúde, que está na Rua Tuiuti, para o futuro Acolhe Santa Maria, que vai funcionar na Casa 13. Sabemos que os funcionários que fizeram o concurso ainda não foram chamados, e que o local estava passando por reforma. Ficamos sabendo que não estava tendo atendimento, daí encaminhamos para a coordenação do serviço. Estamos aguardando uma posição, confiamos na palavra do prefeito _ ressaltou Sérgio.

O QUE DIZ A PREFEITURA 

A prefeitura de Santa Maria ressalta que os usuários do Acolhe Saúde não estão desassistidos. Nesse período de transição _ pós término do contrato e reinício das atividades _ os encaminhamentos dos usuários que necessitam de atendimento estão sendo feitos por uma profissional diretamente no Acolhe Saúde, na Rua Tuiuti. De lá, os usuários são encaminhados para a Rede de Atenção Psicossocial do município para atendimento nos locais de referência. 

Os aprovados no concurso público que atuarão no Acolhe já foram homologados, e a expectativa da prefeitura é que eles sejam chamados ainda no início de abril, o que dará condições para a reestruturação completa do serviço.

Quando ao Santa Maria Acolhe (antiga Casa 13), que será a nova sede do Acolhe Saúde, estão sendo concluídas os serviços de reforma no local. Não foi informada a data para a mudança do serviço.

Concurso da Ebserh abre 56 vagas para o Husm

CONVÊNIO

Antes mesmo do termo de compromisso ser encerrado, o Grupo Gestor de Cuidados a Vítimas da Kiss, criado logo após a tragédia de janeiro de 2013, esteve reunido para discutir a permanência dos serviços na cidade e a renovação do convênio. Cada órgão apresentou sua proposta e a responsabilidades de cada um a partir de agora. Todos optaram por dar continuidade aos atendimentos entre eles o Acolhe Saúde e o Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidentes (Ciava), que fica dentro do Husm.

Ambos continuarão dado suporte psicossocial e médico, respectivamente. Um documento foi elaborado pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS) com o relatório de cada instituição e enviado no começo do mês à Secretaria Estadual de Saúde, que deve encaminhar ao Ministério da Saúde para que manifeste-se sobre a decisão.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Projeto que leva cães a pacientes, do Husm, será apresentado em Santa Catarina Anterior

Projeto que leva cães a pacientes, do Husm, será apresentado em Santa Catarina

Pacientes da Turma do Ique terão festa de páscoa com surpresa especial Próximo

Pacientes da Turma do Ique terão festa de páscoa com surpresa especial

Saúde